21.11.06

entre nós e o mundo,
chovem doces e suaves os silencios cumplices da noite.
e no ameno do teu aconchego, abrigo-me no quente apetecer dos teus beijos.

8.11.06

e quando não estás,
relembro-nos e sorrio

7.11.06

2:

dois anos correram por entre as linhas antes desta.
de todas recordo um pequeno momento de libertação e entrega.
de todas recordo os que nelas fui e todas me recordam quem sou.

S
abe bem o reencontro

19.9.06

reitero a vontade e o pedido de outros intervenientes sobejamente conhecidos na blogosfera mundial e quiçá nacional, deixando aqui um link para o futuro blog da rita

Já vi o documentário do Al Gore.
Os dinossauros não eram suficientemente desenvolvidos para desviarem um meteorito e evitar a sua própria extinção... Se estamos a caminhar para o nosso fim de uma forma tão acelerada, isso não nos torna muito mais inteligentes do que aquelas ossadas que encontramos nos museus.

16.9.06

Teatrinho




Era uma vez...
Uma embalagem de cartão e o simpatico boião. Um dia, conheceram uma garrafa de água comum e uma lata de atum. Elas foram para o ecoponto amarelo dizer: "o meu futuro será muito belo!" Para o azul foi o cartão com um grande sorrisão! O boião foi para o verde - co'a breca, o que se passou nao lembra ao careca!

O boião de compota, agora é uma garrafa... toda janota!

O cartão e o plástico reciclado, sao os mais jeitosos lá do mercado!
E a lata de atum, quem diria, hoje é paralamas na bicicleta da minha tia!


Sem dúvida, o melhor anúncio do momento da Tv portuguesa

10.9.06

hoje o título é um pedido

dança comigo bem devagar até ser dia

You are so good to me

And your love is the inspiration
That i need
Writting songs for you
Is the way i find to thank you for this
Face to music, dance to the music
Now i hear the sound of music
And your kisses take it closer
To perfection
You are beyond the imagination
We are the dream team
You are so good to me
You are so good to me
And i hope to give you back
The piece of light
That you give to me
And it feels like bossa nova
By jobim
The solution to my dilema
You are my girl from ipanema
Inspiration for my samba
In slow motion
You are the top, you are my devotion
My slow motion bossa nova dream


Slow Motion Bossa Nova
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos


6.9.06

Luz sai da frincha, é manhã
Sei que o dia já desarvora
Chave dos sonhos na mão
Olho-te e vais embora

Sais pela rua velo
Sinto a brisa do teu corpo perto
Chave dos sonhos guardei
No quarto já deserto

Passei a noite em claro
Passei p´la noite em ti
E
abri com a chave dos sonhos
A porta e a varanda que em
sonhos abri

São mais confusas agora
As imagens
que em ti eu tocava
Eram do sonho ou de olhar
O que
o prazer mostrava ?

Chave dos sonhos na mão
Entrarei em qualquer fechadura
P´ra lá da porta, o
melhor
É sempre da aventura

Guardo com a chave
dos sonhos
Segredos que o corpo merece
Se alguém não
quis arriscar
Então que o não tivesse

Ontem
arriscaste mais
Do que uma simples coisa exigia
Deste-me a chave dos sonhos
O caos e a harmonia


Chave dos Sonhos, Sérgio Godinho

10.8.06

20.6.06

vamos falar de quem eu vi hoje ;)

19.6.06

menina bonita
dos olhos de amêndoa
desculpa não lhe gostar
por toda a fofoca
eu sei que me gosta
e não quero lhe magoar
por isso eu tento
com esse lamento
você possa me perdoar
por carta ou por nota
eu sei que é batota
mas não tem mais como deixar
e se isso não chega
para que você veja
que nao a estou a ignorar
pois fique sabendo
que eu a entendo
e também sei como é dificil amar

cantando a verde e amarelo

15.6.06

Já agora, detesto dar títulos aos posts.

Pessoalmente axo que destroem qualquer sentido de surpresa para o que vem a seguir.

Axo terrível nomear com duas ou três palavras o que só se conseguiu transmitir por muitas mais logo de seguida.

E alguém me explica porque são maiores?? Bem vistos os significados deveria ser o oposto. O titulo em letras bem pequenas como nota para as seguintes.

Essas, as palavras com conteúdo, as que contam coisas e as que fazem sorrir viriam então em letras bem grandes.

Acorda!
estás constantemente a fazer de conta!
não faças de conta que és tu!
sê quem és e faz por te merecer!
Pensa nisso!
Não, não penses nisso sequer,
age grita ri chora ama vive
sem pensar no que te poderá acontecer
Experimenta!
sem regras sem pontuação e sem métrica
e quando te fartares de ser tu, é porque estás a fazer de conta outra vez.

queria ter-te escrito qualquer coisa bonita, que te contagiasse de um sorriso meigo.
podes só abraçar-me, não é por fora que me dói.

19.5.06

um pequeno grande parênteses daqui à holanda pra dizer que adoro a minha tulipazinha holandesa

8.5.06

"A minha mãe olhou-me com um olhar de preocupada e bonita e perguntou-me o que é que aconteceu, filho? Com a vergonha do meu olhar escondido a ser resposta que só a minha mãe entendia, virou-se para a porta e mandou o senhor violinista ir para o quarto, e mandou a escrava miriam ir buscar-me leite com chocolate e torradas e biscoitos. Ficámos sozinhos. A cobrirem o chão da sala, os gatos dormiam. A minha mãe, sem precisar de me ouvir, disse não estejas triste, filho. Não desanimes. A minha mãe disse que gostava muito de mim. Aminha mãe pousou a mão sobre a minha. Sentir a sua mão nas costas da minha mão, o peso e o calor da sua mão, foi sentir que também eu gostava muito dela. Levantei a cabeça para olhar e, nesse momento, sentimos tanta vontade de nos abraçarmos, porque soubemos mesmo que éramos duas pessoas a ser a mesma pessoa, porque soubemos que a beleza do amor que sentíamos, o afecto, era sentido exactamente da mesma maneira, com as mesmas formas, pelo outro. A minha mãe e eu sentíamos a mesma coisa quando olhávamos a ser mãe e filho. E eu, como se descobrisse, senti toda a força infinita do amor que nunca muda, do amor que permanece igual depois de tantos anos e anos. A minha mãe fraca e bela, linda. A minha querida mãe que me pegava ao colo e que, naquele dia, já eu era um homem, já fazia a barba, e achava por isso que era um homem, já me apaixonava e padecia por mulheres, e achava por isso que era homem; a minha querida mãe, naquele dia, pousou a mão obre a minha mão, e eu olhei nos seus olhos lindos e castanhos, doces e tão belos de menina, e soube tão profundamente que o nosso amor era mais imutável do que as rochas, do que a montanha, do que o céu todos os dias, todos os dias, todos os dias até ao fim do último fim depois do fim da eternidade. E, só quando a escrava miriam entrou com o tabuleiro que trazia leite com chocolate e torradas e biscoitos, a minha mãe levantou a mão, como se levantasse uma pena. O peso da sua mão, levemente sobre a minha, como se ainda lá estivesse. A escrava miriam saiu. A minha mãe pousou-me o tabuleiro no colo. E bebi o leite morno a olhá-la, e comi as torradas a olhá-la, e comi os biscoitos a olhá-la. A chuva batia contra os vidros da janela e contra o dia cinzento. E quis ser sempre feliz como naquele instante. Sempre feliz, para nunca decepcionar a minha mãe. Sempre feliz, para a minha mãe ter sempre orgulho em mim."

in UMA CASA NA ESCURIDÃO, José Luís Peixoto

1.5.06

o braço lento puxou a cadeira escura e sentiu-a deslocar-se por entre as sombras da sala. lia-lhe os contornos apenas pelo leve brilho das arestas de madeira pintada a que cheirava o ar gasto que respirava. sentou o peso do corpo. os olhos tornaram-se humidos ao olharem perdidos para o nada. nao me lembro do mundo há horas. nao me lembro de ti há horas. Há horas em que morro um pouco mais depressa. Dormiu

23.4.06

fecho os olhos e anulo-me.
penso noutras pessoas e noutros lugares.
penso no calor dos raios de sol de fim de tarde, que lhes aquecem de um laranja aveludado os traços das suas faces calmas. penso nos toques. penso nos momentos em que se cruzaram e nos que se voltarão a cruzar. penso nos cheiros que os rodeiam trazidos pela brisa leve e fresca ao passar nos assobios das folhagens coloridas de primavera. penso no que pensarão e no que quererão dizer. sinto-os como se fosse eu. digo-os

22.4.06

deixaste que uma lágrima te acalmasse as curvas rosadas da face e sorriste como uma criança muito pequena.

tinha passado um mês desde a útlima vez que nos tinhamos encontrado.
trouxe o bule de chá e pousei-o no meio do chão da sala. os primeiros aromas traziam à lembrança estórias antigas que iamos partilhando a cada pousar de chávena. nada tinha mudado e foi bom.
os gestos eram os mesmos gestos que nos conhecíamos. os olhares eram os mesmos olhares que nos conhecíamos. abraçámo-nos nas palavras afectuosas da saudade e na felicidade do reencontro.
Palavreámos até tarde nessa noite

22.3.06

I lock the door and lock my head
And dream of butterflies instead


Porque há músicas que só ouvimos deitados de olhos fechados.
para voltar a acordar ao fim de algumas horas, uma vida inteira depois

13.3.06

regresso a mim nos fragmentos de outros que fui. Acalmo e recomeço.
respiro de novo o que me rodeia, arrumo o saco e recomeço.
ainda não sou eu, uma vez mais encho os pulmões e recomeço.
tento de novo. começo a fazer sentido outra vez.

às vezes gostava de ser mais assim, sem sonhos, sem desassossegos, morando todos os dias numa rotina superior a mim. mas quero ser coisas que nao tenho, quero ver coisas que nao vi, quero falar numa lingua que nao sei, quero saborear coisas das quais nem sei o nome. Todos somos um pouco egoístas.

25.2.06

tinha uma meia meia rota
pedi que ma cosessem
coseram-me a meia ao pé
e o pé à perna solta

tinha uma perna meia solta
pedi que ma juntassem
juntaram-me a perna ao tronco
e o tronco à cabeça louca

tinha uma cabeça meia louca
pedi que ma curassem
ataram-me a cabeça aos pés
e os pés às meias rotas

os buracos das duas meias
eram mesmo por entre os dedos
entravam o frio e o mau tempo
e gelavam-me as idéias

Fui comprar linha e dedal
a pé de perna junto ao tronco
cosi eu as duas meias
e tratei do meu próprio mal

16.2.06

menina triste de olhos secos
que nada mais podem chorar
quem te levou todas as lágrimas
e sorrisos de tanto gostar

29.1.06

Estas palavras são puramente introspectivas.
Não é minha intenção enviar mensagens ou recados.

24.1.06

desassossego porque vens sempre que espreito por mim
e procuras nas palavras de outros maneira tua de ser assim

escondo-me.

Arctic Monkeys


O melhor da brit pop ainda está pra vir. Tudo a (re)começar com estes senhores
O primeiro álbum está para sair, chama-se "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not" e já está disponível por aí noutros locais menos legais

16.1.06

há coisas que me recuso a discutir. Por exemplo: a diferença entre homens e mulheres. São seres diferentes e cada um tem qualidades e defeitos. Em ambos os lados há seres humanos inteligentes que vale a pena conhecer e se alguém argumenta o contrario é porque ainda não teve essa felicidade.

14.1.06

Argumento Hollywoodesco



o nosso psiquiatra suicida-se imediatamente após a nossa hora de conversa.
Por peso na consciência, entramos numa viagem introspectiva por todas as nossas sessões e por toda a nossa vida. Vasculhamos a vida do psiquiatra, procuramos um elo de ligação entre a nossa e a dele, algo que explicasse o motivo. A procura torna-se obssessiva, há perseguições, partidas do nosso cérebro a nós próprios, realidades alternativas, tudo muito ao estilo vanilla sky, com côres e horizontes distorcidos em tons de sépia.


imagem_ House of Stairs- M C Escher

9.1.06



dono das ideias escuras,
profundas, como as cantigas tristes,
nao sei por quem ainda procuras
quando só tu em ti existes.

moldas palavras que choram
vidas que podias ter sido
esperando em sonhos que foram
memórias de um tempo perdido.

com este punhal te trago à vida,
enterrando-to bem fundo no peito.
que pelo rasgar da carne te doa
e pela dor te levantes do leito.

r.

4.1.06

Pergunto-me muitas vezes se não haverá uma lei da publicidade que possa proibir a proliferação de anúncios a conteúdos para telemoveis na televisão portuguesa. Como espectador sinto-me insultado pela sua maioria. Até na noite de Natal. Nem na quadra natalícia quando são abundantes os programas do tipo natal dos hospitais e os estímulos para que sejamos melhores pessoas a ética televisiva se sobrepôs por momentos ao dinheiro da publicidade. Parece que é um problema só possivel de resolver com um boicote por parte dos nossos telemoveis... apesar de ainda me custar a crer que haja pessoas que de facto compram o que esse tipo de anúncios tem para nos vender.

3.1.06

gosto de palavras. gosto do som das palavras. gosto do som da palavra Gostar.

gosto também de escrever sempre em minusculas e decidir qual a palavra mais importante. gosto de dar mais importância às palavras que são mais importantes.



e serias de aromas leves e suaves,
de olhar calmo na preguiça das manhãs.
meiga e doce

puderas tu ser,
assim,
sem espinhos


imagem_ Heroische Rosen-1938 , Paul Klee

palavras antigas