23.4.06

fecho os olhos e anulo-me.
penso noutras pessoas e noutros lugares.
penso no calor dos raios de sol de fim de tarde, que lhes aquecem de um laranja aveludado os traços das suas faces calmas. penso nos toques. penso nos momentos em que se cruzaram e nos que se voltarão a cruzar. penso nos cheiros que os rodeiam trazidos pela brisa leve e fresca ao passar nos assobios das folhagens coloridas de primavera. penso no que pensarão e no que quererão dizer. sinto-os como se fosse eu. digo-os

22.4.06

deixaste que uma lágrima te acalmasse as curvas rosadas da face e sorriste como uma criança muito pequena.

tinha passado um mês desde a útlima vez que nos tinhamos encontrado.
trouxe o bule de chá e pousei-o no meio do chão da sala. os primeiros aromas traziam à lembrança estórias antigas que iamos partilhando a cada pousar de chávena. nada tinha mudado e foi bom.
os gestos eram os mesmos gestos que nos conhecíamos. os olhares eram os mesmos olhares que nos conhecíamos. abraçámo-nos nas palavras afectuosas da saudade e na felicidade do reencontro.
Palavreámos até tarde nessa noite