Se tivessem oportunidade de voltar atrás no tempo, nem que fosse por 5 minutos, que situação escolhiam? E mesmo se pudessem voltar atrás... faziam-no realmente? mesmo que o tenham dito na sinceridade do repentismo, na melhor das intenções? se algo tivesse escapado à atenção da nossa reflexão de nós, durante tanto tempo, mesmo que os estimulos da sua lembrança tenham sido vários e constantes... ao chegar fora de tempo deve ser dita ou esquecida para sempre?
hoje deixo-vos esta que é minha.
26.1.05
Só um pensamento, tenho andado nostálgico: Buscamos tantas vezes o paladar aveludado da lembrança e, na preguiça destes momentos, saboreamo-lo demoradamente. É uma ideia confortável, a de comprarmos de volta fragmentos do que já fomos, sonhando-os em alimento para a vida de fora.
Posted by r. at 03:27 1 comments
21.1.05
"Também aqui Deus concede que não falte o enigma de viver"
"Alhures, sem dúvida, é que os poentes são. Mas até deste quarto andar sobre a cidade se pode pensar no infinito. Um infinito com armazéns em baixo, é certo, mas com estrelas no fim..."
Retirado do texto último do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa
li e gostei muito, ou melhor... gostei-me lê-lo ;)
Posted by r. at 02:11 0 comments
14.1.05
....
IMI - Imposto Municipal Sobre Imóveis
IMT - Imposto Municipal Sobre as Transmissoes Anerosas
Tudo está bem quando acaba bem
Posted by r. at 20:06 0 comments
Impostos e Taxas
Folheando folhas brancas, meias vazias meias por escrever
apercebem-se os dedos cansados que estão fartos de tanto ler.
Param, surpresos, e meditam, no branco que lembram riscado,
na certeza de que no fim apenas aquele desenho será lembrado!
Já nem me lembrava deste desenho, na aula de impostos e taxas de PRU.
Alguém sabe o que é o IMI? e o IMT? porra
Posted by r. at 17:56 0 comments
8.1.05
Hoje adormeço-me assim, na simplicidade das coisas boas e bonitas
<< Releio passivamente, recebendo o que sinto como uma inspiração e um livramento, aquelas frases simples de Caeiro, na referência natural so que resulta do pequeno tamanho da sua aldeia. Dali, diz ele, porque é pequena, pode ver-se o mais do mundo do que da cidade; e por isso a aldeia é maior que a cidade...
E não do tamanho da minha altura.
Frases como estas, que parecem crescer sem vontade que as houvesse dito, limpam-me de toda a metafísica que espontaneamente acrescento à vida. Depois de as ler, chego à minha janela sobre a rua estreita, olho o grande céu e os grandes astros, e sou livre como um esplendor alado cuja vibração me estremece no corpo todo.
Sou do tamanho do que vejo! Cada vez mais penso nesta frase com toda a atenção dos meus nervos, ela me parece mais destinada a reconstruir consteladamente o universo. Sou do tamanho do que vejo! Que grande posse mental vai desde o poço das emoções profundas até as altas estrelas que se reflectem nele, e, assim, em certo modo, ali estão.
E já agora, consciente de saber ver, olho a vasta metafísica objectiva dos céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando. Sou do tamanho do que vejo! E o vago luar, inteiramente meu, começa a estragar de vago o azul meionegro do horizonte.
Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade larga aos grandes espaços da matéria vazia.
Mas recolho-me e abrando. Sou do tamanho do que vejo! E a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer.>>
Fernando Pessoa / Bernardo Soares - Livro do Desassossego
Posted by r. at 01:57 0 comments
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