Os estores estavam corridos, como quando os deixei da última vez que lá tinha entrado. Retomo mecanismos de outras chegadas e descubro sem esforço a cama. Pouso o malote em cima do colchão que penso nú e sinto o cheiro da roupa de cama por usar. Ofuscado pelos raios de fim de tarde que rompiam tímidos e escuros por entre os buracos de estore, decido por fim acender a luz. Vi aquele quarto vazio. Senti-o também vazio de mim e do que sou. Depressa se amontoaram as lembranças das noites de verão de janela aberta em que adormecia com o luar, das primeiras manhãs de primavera acordado pelas pingas molhadas que lembravam ainda o frio da noite.
Por momentos esqueci-me de mim e lembrei-me do outro que ali morava.
23.9.05
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